quinta-feira, 8 de março de 2012

Berlim, noites 1 e 2

Um dos principais motivos para incluirmos Berlim no nosso roteiro desse ano foi a tentativa de mudar uma má impressão que tivemos daqui em 2009. Na época, estávamos vindo de 5 dias de sol em Londres, fato até hoje inédito na história da meteorologia daquela cidade, e chegamos em Berlim com chuva, frio e vento.

Dessa vez, já preparados para o clima meio inconstante daqui, resolvemos insistir na cidade e tem valido a pena.

Chegamos ontem à tarde e, de saída, já estamos instalados num lugar muito legal do que 2009. Nosso apartamento fica a uns 3 passos e meio do Portão de Brandenburgo, maior ponto turístico de Berlim e ao lado do memorial do holocausto.

Ontem à noite fizemos um programa light. Passeio pelo Portão, Alexander Platz e Unter der Linden, avenida que liga esses dois pontos. Fomos ainda na beira do rio Spree dar uma olhada na margem que fica próxima ao Parlamento. De volta, vinhozinho, queijo e cama.

Hoje de manhã, já havíamos agendado desde o Brasil, uma visita à cúpula do Parlamento, o famoso prédio do Reichstag. Legal, boas vistas da cidade apesar da chuva e visibilidade limitada. De lá, como estava chovendo, pegamos a linha 100 de ônibus, que passa em quase todos os pontos turísticos da cidade e descemos na estação zoo (também cheia de história, que, leu/viu Christiane F. sabe) e circulamos um pouco pela Kurfustendam Strass (ou Kuda pros íntimos), a Champs Elysee daqui.

Depois, Potzdamer platz, checkpoint Charlie a sinistra Topografia do Terror, exposição permanente sobre o período nazista e as atrocidades cometidas pela SS e GESTAPO dentro e fora da Alemanha. Louvável a maturidade do país de assumir a culpa nos atos e colocar, não o dedo, mas o braço todo na ferida.

O clima é realmente de terror mas o lugar é mais que isso. Trata-se de um grande acervo histórico, aberto e acessível dos principais documentos secretos do período nazista, desde a ascensão de Hitler até o fim da segunda guerra e o julgamento dos criminosos de guerra. Incrível. Como historiador, deu vontade de aprender alemão e me mudar pra dentro daquela biblioteca pra escavacar aqueles papeis.

Comprei dois livros sobre a exposição e sobre a posição do povo alemão diante do genocídio nazista. Tô curioso pra começar a ler. Fiquei particularmente impressionado como o acervo identifica o próprio povo alemão como "conformista" diante do nazismo e expõe a colaboração financeira de grandes empresas alemães (hoje multinacionais famosas) para o regime.

O prédio da Topografia do Terror fica instalado onde antes era a sede da SS e ao lado ainda há uma grande área preservada de outro período sinistro do país, o famigerado Muro.

Tiramos aquelas tradicionais fotos com um pé em cada Alemanha, fato impensado há apenas 22 anos e seguimos para a outra parte mais preservada do Muro na cidade, a East Side Galery. Lá estão as pinturas mais conhecidas do Muro, que eram feitas do lado ocidental. Vocês vão reconhecer nas fotos.

Depois casa, jantar e preparar para a night. Vamos ver no que vai dar.

Abráss


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